A Procuradoria-Geral da República incluirá o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) na primeira leva de políticos com prerrogativa de foro denunciados por envolvimento no esquema de desvios da Petrobras.
A expectativa, conforme fontes com acesso às investigações, é de que a acusação seja encaminhada ainda hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O texto final das denúncias estava sendo preparado nesta ontem pela equipe do procurador-geral, Rodrigo Janot. A peça deve atribuir a Collor envolvimento em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Ele é suspeito de receber ao menos R$ 26 milhões em propinas, entre 2010 e 2014, no esquema na Petrobras. Desde que foi incluído no rol de políticos investigados na Operação Lava Jato, Collor tem travado uma batalha pública contra Janot.
As denúncias contra Collor se baseiam em documentos apreendidos na Lava Jato e em depoimentos de delatores, entre eles o doleiro Alberto Youssef. Ele relatou ter feito diversos pagamentos ao senador. Parte dos recursos teria sido entregue, em espécie, a emissários do congressista ou levada por Rafael Ângulo Lopez, tido como um dos "carregadores de malas" do doleiro.
A Polícia Federal também encontrou oito comprovantes de transferências bancárias de Youssef para Collor, totalizando R$ 50 mil. O senador atuaria no esquema de corrupção na Petrobras viabilizando contratos na BR Distribuidora, dirigida por indicados seus.
Por um dos contratos, de R$ 300 milhões, Collor teria recebido R$ 3 milhões de suborno, conforme Youssef. O negócio teria sido intermediado por Pedro Paulo Leoni Ramos, empresário que foi ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo do ex-presidente (1990-1992).
A pessoas próximas, Collor afirma que a denúncia é esperada. Publicamente, ele nega envolvimento no esquema e se diz perseguido por Janot.
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