terça-feira, 8 de setembro de 2015

Governo estuda apoiar renovação de táxi do Rio de Janeiro

Crédito facilitado será concedido para compra de carros feitos no estado

Rio - Para incentivar a retomada da indústria automobilística da região Sul Fluminense, o segundo maior polo do país, o governo do estado propôs ontem o incentivo à renovação da frota de táxis da Capital por veículos fabricados na região. A medida anunciada ontem pelo governador Luiz Fernando Pezão, durante fórum que discutiu soluções para o setor, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), será implementada por meio de linhas de financiamento facilitado pela AgeRio, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF) e BNDES.
Os proprietários dos 33 mil táxis que circulam no município do Rio poderão comprar novos veículos novos produzidos no estado com incentivos de crédito e fiscais
Foto: Divulgação
“Estamos estudando e acho que seria uma maneira de dar um presente à cidade, aproveitando as Olimpíadas, para apoiarmos, por meio de linhas de financiamento, a renovação de toda a nossa frota de táxis, com carros fabricados no estado”, declarou Pezão. Se a medida for implementada, vai beneficiar 33 mil táxis que circulam no município.
No evento, o presidente do grupo que reúne as 17 empresas do setor — entre montadoras e fornecedores, como Nissan, Peugeot e Hyundai — Wesley Custódio destacou a crise que o setor enfrenta. Houve redução de 10% das encomendas de 2014 para 2015. Além disso, as empresas tiveram que demitir 3 mil de seus 15 mil trabalhadores.
Representando as empresas, Custódio também apresentou ideias para incrementar o setor. Elas serão estudadas pelo governo e também por parlamentares que poderão elaborar projetos de lei.
Entre as sugestões, o grupo destaca a redução de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para taxistas e frotistas com veículos comercializados pelas montadoras do estado e desconto no tributo à vista (para frota superior a 200 veículos).
“A desoneração do IPVA ajudaria os grandes frotistas”, opinou. O incentivo contemplaria empresas que comprarem veículos produzidos na região e também para a renovação de frota de ônibus urbanos.
A deputada Ana Paula Rechuan (PMDB), apresentou ontem projeto de lei para a extensão do Bilhete Único (que contempla apenas a Região Metropolitana) para a região do Médio Paraíba, que abriga as empresas do setor no Sul Fluminense.
“Isso reduziria os custos das empresas que fazem o o fretamento dos funcionários. E outros projetos serão construídos a partir dessa discussão. Hoje foi plantada uma semente”, previu.
Para o taxista, Antônio Ribeiro Junior, 38, há 18 anos anos na praça, o incentivo ajudaria os cerca de 55 mil motoristas que hoje têm que atender à exigência do município para renovação da frota de seis em seis anos. “Acho que incentivo fiscal vai ajudar muito todos os taxistas. Comprando carros das montadoras do estado, ajudamos o setor e também temos um apoio para cumprir as determinações da prefeitura do Rio”, disse ele.
Produção do Sul Fluminense caiu 25%
A queda na produção da indústria automobilística (veículos automotores, reboques e carrocerias) no estado do Rio acompanha a crise no setor em todo o país. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam redução no país de 20,2% no primeiro semestre.
No Sul Fluminense, o pior índice é na produção de caminhões: houve queda de 42% entre janeiro e julho em comparação ao mesmo período em 2014. A produção foi de 11.867 unidades, ante 20.259 no ano anterior. Já no país, a redução foi de 45,4% também para esses veículos. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Os números foram disponibilizados pelo grupo de empresas da região e divulgados ontem na Alerj.
Já os veículos leves apresentaram queda de 25% na produção no estado. O índice registrado no país foi de 16,5%. A crise do setor no Rio levou ainda a 3 mil demissões. em 2014, as indústrias empregavam, no total, 15 mil trabalhadores. Hoje, são 12 mil empregados.
As empresas também tiveram de aderir a programas de retenção de mão de obra, como antecipação de férias, paradas de produção, com compensação futura, suspensão de contratos e redução de jornada. O setor industrial representa 50% do PIB do Sul Fluminense e quase 26% do PIB do Rio. Além disso, cerca de R$ 7 bilhões são investidos na região.

Fonte: O DIa - PALOMA SAVEDRA

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